Avançam tratativas para a Supervia devolver a concessão ao governo do RJ
28/03/2024
(Foto: Reprodução) Ainda não há previsão de quando haverá uma nova concessão. Até lá, os ramais serão geridos pelo estado. Em até 4 meses, o governo do estado terá um novo operador dos trens urbanos do Grande Rio. O Blog apurou que avançaram as tratativas para que a Supervia devolva a concessão, após meses de impasse e até ameaça de encampação.
O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, explicou ao Blog que em 90 a 120 dias a Gumi Brasil, a controladora da Supervia, passe o sistema para o governo do estado.
Ainda não há previsão de quando haverá uma nova concessão. Até lá, os ramais serão geridos pelo estado.
Meses de briga
Trens da Supervia
Reprodução/TV Globo
A briga entre o governo do estado e a concessionária se acirrou em abril do ano passado, quando a Gumi Brasil, que representa a japonesa Mitsui, declarou não ter mais interesse em operar os trens urbanos do Grande Rio. A ideia da firma era passar a execução do serviço para uma outra empresa, mas sem abrir mão da concessão.
Em julho de 2023, o governo disse que a Supervia “não cumpriu integralmente com suas obrigações de investimentos” que deveriam ter sido feitos ao longo do contrato de concessão.
À época, Washington Reis informou que o estado já buscava novos parceiros para assumir a concessão. Reis também pediu uma transição “rápida e pacífica”, para a retomada da gestão do transporte ferroviário.
“Junto com o governador Cláudio Castro e a Procuradoria-Geral do Estado, nós estamos notificando a SuperVia, que chegamos ao prazo final e ela não cumpriu com uma série de obrigações”, disse Reis.
"Nós prezamos e exigimos um transporte de qualidade para o trabalhador. Por isso, nós vamos ter essa transição, esperando que seja rápida e pacífica, para que a gente possa buscar de fato atender a população com dignidade e respeito", completou o secretário.
Muitas queixas
Washington Reis diz que Governo do RJ 'vai dar conta do recado' caso a Supervia não renove o contrato
O serviço está longe de ser de qualidade. Passageiros reclamam do preço do transporte e da baixa qualidade do modal. E citam atrasos, interrupções e panes entre os problemas enfrentados no dia a dia.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj chegou a recomendar, em outubro de 2022, a reestatização do sistema ou a criação de um novo modelo de licitação para o serviço.
Em maio de 2023, Washington Reis disse que o governo daria conta de retomar a gestão do transporte ferroviário. Na ocasião, ele avaliou o serviço como 'péssimo' e cobrou investimentos não realizados pela empresa: 'Tem muita coisa pra eles fazerem que não fizeram'.
"A população pode ficar segura de que a nossa malha ferroviária, os nossos quatro ramais, vão funcionar muito bem", disse o secretário.
"Nós estamos preparados, a população pode ficar tranquila que a situação do trem da Supervia nós vamos resolver, tanto na parte que é operada pela empresa, como na parte do estado, a segurança, muros etc. Nós não queremos esse modelo ultrapassado", completou Reis.
