Polícia Civil ouve pai de adolescente que morreu após ser agredido em escola; confira como foi

  • 24/04/2024
(Foto: Reprodução)
Carlos Teixeira, de 13 anos, foi agredido pelas costas por outros estudantes na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande (SP), e morreu depois de alguns dias. Polícia Civil espera o laudo da perícia para definir a linha de investigação. Carlos Teixeira, de 13 anos, foi agredido por estudantes em Praia Grande (SP) Arquivo Pessoal A Polícia Civil ouviu o pai do adolescente Carlos Teixeira, de 13 anos, que morreu uma semana após dois estudantes pularem sobre as costas dele em uma escola em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1 nesta quarta-feira (24), o depoimento durou aproximadamente duas horas e é considerado um dos mais importantes para a apuração do caso. Os policiais, no entanto, ainda aguardam o laudo da perícia para definir a linha de investigação. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Carlos Teixeira morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias, no último dia 16, quando estava internado na Santa Casa de Santos (SP) . O jovem precisou de atendimento médico após dois meninos pularem nas costas dele, em 9 de abril, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto. O pai do adolescente, Julisses Fleming, de 42 anos, que trabalha como porteiro e manobrista, foi até o 1° Distrito Policial (DP) de Praia Grande na terça-feira (23) para ser ouvido. Antes dele, a Polícia Civil ouviu a vice-diretora e um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto. De acordo com a advogada da família, Amanda Mesquita, Julisses detalhou todos os acontecimentos de 19 de março, quando Carlos foi levado por estudantes e agredido em um banheiro, conhecido como “banheiro da morte", até o dia do enterro, na última sexta-feira (19). "Detalhamos as entradas e saídas nos equipamentos de saúde, o que foi e não foi dito na escola e o pai ainda apresentou os nomes de alguns possíveis agressores. O depoimento foi nesse sentido de contar todos os passos que a família viveu com o Carlos nesses últimos dias", explicou a advogada. Amanda disse à equipe de reportagem que Julisses ficou tranquilo durante o depoimento e, ao sair, foi abraçado e acolhido pelas pessoas que estavam na delegacia. "Ele ficou bastante emocionado", afirmou ela. A advogada destacou ainda que a Polícia Civil fez um bom trabalho em esperar alguns dias para que Julisses pudesse ser ouvido. "A gente fez essa situação ser a menos traumática possível. [...] para que ele pudesse tomar um fôlego e conseguisse prestar esse depoimento com a cabeça mais no lugar". Carlos Teixeira Vídeo mostra adolescente sendo agredido em escola no litoral de SP O adolescente morreu na terça-feira (16), na Santa Casa de Santos. O pai dele, Julisses Fleming, afirmou que o filho era saudável e acredita que a morte aconteceu em decorrência da agressão sofrida. Segundo apurado pelo g1, o caso foi registrado na Polícia Civil e a causa da morte ainda está sendo investigada. Julisses afirmou que os médicos disseram que a suspeita era de que a causa da morte seria uma infecção no pulmão. Em nota, a Santa Casa de Santos confirmou a transferência da UPA Central, mas disse não ter autorização para dar mais informações sobre o caso. O g1 teve acesso à declaração de óbito de Carlos Teixeira, que apontou a causa da morte como: broncopneumonia bilateral. O documento servirá como 'base' para o atestado de óbito, que pode apontar a morte em decorrência de agressões, e que leva de 30 a 90 dias para ficar pronto (confira, mais adiante, a explicação de um médico) Menino morto após ser agredido em escola chorou em casa relatando caso ao pai Reprodução Últimas palavras As últimas palavras de Carlos Teixeira foram sobre o medo que ele tinha de morrer. Julisses contou à equipe de reportagem que, no hospital, mesmo com fortes dores nas costas e dificuldades para respirar, o menino agradecia aos médicos e a Deus. Minutos antes de Carlos morrer, no entanto, o homem contou ao g1 que precisou acalmá-lo. O adolescente passou a dizer repetidamente que tinha medo de partir. "Me sinto acabado e destruído", afirmou o pai. Médicos Declaração de óbito de adolescente em Praia Grande (SP) traz como causa da morte uma broncopneumonia bilateral Reprodução Ao g1, o médico clínico Carlos Machado explicou o que é uma broncopneumonia bilateral. Segundo ele, trata-se de uma infecção 'mais ampla' do que uma pneumonia, que normalmente é causada por vírus e pode se agravar por uma bactéria nos dois pulmões. Antes da declaração de óbito, a pedido do g1, Carlos Machado e o também médico clínico Marcelo Bechara analisaram o caso com base nas próprias experiências profissionais e nas informações passadas pela equipe de reportagem. Ambos afirmaram que o excesso de peso nas costas pode ter levado a um trauma -- lesões causadas por um evento traumático externo ao corpo e que acontece de forma inesperada. De acordo com Carlos Machado, o trauma pode ter sido uma fratura ou esmagamento da vértebra na coluna cervical, torácica e até na costela. "Se ele estiver com uma dessas lesões, [...] podia estar furando o pulmão, o que dificulta a respiração e, respirando menos, faz com que tenha secreção acumulada, que é uma infecção pulmonar", afirmou o profissional. Marcelo Bechara acrescentou que, pelo mesmo motivo, ocorre uma parada cardiorrespiratória. "O excesso de peso nas costas podem ter levado a um trauma que pode levar a um pneumotórax [...], [quando] o pulmão não consegue ventilar e uma hora chega a parada cardíaca mesmo", disse ele. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como morte suspeita e é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. Conforme apurado pelo g1, o corpo de Carlos passará por necropsia -- procedimento médico que examina a causa da morte. Seduc-SP, sobre Carlos Teixeira A Secretaria de Educação do Governo de São Paulo informou que o vídeo da agressão foi gravado no dia 19 de março. "A Pasta repudia toda e qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas. Na época, ao tomar ciência do caso apresentado, a gestão escolar acionou Conselho Tutelar e os responsáveis do aluno. Também registrou o ocorrido no aplicativo do Conviva". A Seduc ainda afirmou que lamenta profundamente o falecimento do estudante. "A Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações". A Prefeitura de Praia Grande disse que lamenta profundamente a ocorrência com um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no Bairro Nova Mirim. A Administração municipal se solidariza com os familiares e amigos do jovem. A Prefeitura solicitou junto a secretaria de Estado uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual. A administração municipal explicou ainda que também já está analisando todos os procedimentos adotados no atendimento efetuado no pronto-socorro da Cidade. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2024/04/24/policia-civil-ouve-pai-de-adolescente-que-morreu-apos-ser-agredido-em-escola-confira-como-foi.ghtml


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